Foto: MetaBirkin, Moncler x Fortnite, Adidas (Reprodução)
O metaverso é um espaço virtual em que as pessoas irão interagir entre si, comprar roupas, terrenos e realizar reuniões virtuais através do seu avatar. Pode-se dizer então que é uma representação virtual da nossa vida real onde não há limites para criar mundos.
Apesar de parecer um terreno relativamente novo, vale destacar que a vida dos consumidores está cada vez mais intrínseca com o mundo virtual. De acordo com a empresa de pesquisa Wunderman Thompson, 76% dos consumidores globais dizem que suas vidas e atividades cotidianas dependem da tecnologia. Este número aumenta quando olhamos para a Geração Z e Alpha, principal público do metaverso e quem mais viverá dentro deste novo ambiente, especialmente a Alpha que praticamente já nasceu imersa nele.
Além disso, o tamanho do mercado do metaverso está previsto para valer mais de 800 bilhões de dólares até 2028, segundo a Reports and Data. É hora da sua marca agir rápido e entrar neste universo.
Para dar o primeiro passo, desenvolva um coordenado com estampas e modelagens que remetem a este universo. A inspiração aqui é o mundo dos games. Por isso, explore as skins (como é chamado a vestimenta nos games) dos personagens e até mesmo os licenciados dos jogos.
Foto: Sausagelord, Balmain, Moncler x Fortnite, The North Face(Reprodução/Instagram)
Peças oversized e utilitárias para o segmento masculino (adulto, juvenil ou infantil) representam bem essa proposta e podem vir mescladas com detalhes em neon, bolsos e estampas com efeitos digitais. Um exemplo desse visual é a The North Face que lançou a coleção cápsula Metaverse Explorers bem nessa proposta.
Para o feminino e juvenil, as peças com efeito de segunda pele que façam alusão aos skins são uma ótima modelagem a ser trabalhada. Além disso, invista em cores que funcionem no físico e digital e invista materiais com visual futurista, texturizados e metalizados.
Utilize a realidade aumentada (AR) e virtual (VR) para criar espaços da sua marca. Esta é uma inovação que leva sua marca para outro patamar e aumenta a experiência do cliente. Aproveite para trabalhar a criatividade e investir no que não é possível ser feito na vida real. Explore esta estratégia em desfiles, convenções de venda e na loja.
O estilista brasileiro Lucas Leão, pioneiro em trazer o digital para suas coleções, realizou um desfile em que os convidados utilizavam um filtro do Snapchat e davam vida ao cenário.
Foto: Lucas Leão, Forever 21 x Roblox, Dolce & Gabbana, rtfktstudios (Reprodução/Instagram)
Assim como as marcas anunciam em filmes, nos próximos anos teremos diversas marcas anunciando nos games. Atualmente, a indústria de jogos virtuais vale mais que a da música e do filme juntas. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Business of Fashion, a geração Z passa 25% do seu tempo livre jogando.
Jogos como Fortnite, Roblox e a plataforma Zepeto estão sendo o foco de entrada de várias marcas no metaverso. A Tommy Hilfiger e a Ralph Lauren, por exemplo, criaram uma coleção virtual para ser usada no jogo Roblox. Ao desenvolver uma coleção em plataformas como estas, busque criar algo que flua com a experiência da plataforma, adapte-se a ela e evite criar algo que distorça ou prejudique a experiência do usuário. Afinal os usuários estão ali porque jogam aquele jogo, a experiência com a moda é a cereja do bolo.
Foto: Gucci x Zepeto, Balenciaga x Fortnite, Ralph Lauren x Roblox, Tommy Hilfiger x Roblox (Reprodução)
NFT é a sigla para o termo em inglês non fungible token, ou “token não fungível”. São produtos digitais, fotos ou vídeos únicos com um código numérico (token) que garante a autenticidade (não fungível) dos seus donos. Na moda, as NFTs são geralmente roupas virtuais que você compra e pode utilizar através de um filtro.
Marcas de luxo já começaram a trabalhar com NFTs e são o grupo que está dominando este nicho.
Mas não só de luxo vive o mercado NFT. A Boohoo foi a primeira marca de fast-fashion a criar uma coleção de NFTs e divulgou através de um concurso o qual escolherá aleatoriamente 8 consumidores que se inscreveram. O objetivo é fazer os seguidores participarem de todas as plataformas da marca e gerar maior envolvimento com ela.
Foto: Karl Lagerfeld, Balmain, RTFKT Studios, Boohoo (Reprodução)
Para ingressar nesse nicho, desenvolva peças virtuais exclusivas, mas que tenham alguma relação com sua coleção física. Crie concursos para gerar repercussão.
A Selfridges criou uma cidade no metaverso para lançar uma coleção em colaboração com a marca Charli Cohen. Na Electric City os consumidores navegam a cidade com seus avatares e podem comprar tanto peças físicas quanto digitais. Os itens virtuais podem ser utilizados em uma série de jogos e aplicativos. Para tornar a experiência mais imersiva, ainda é possível ter acesso a playlist da cidade que está disponível no Spotify e na loja física, escaneando um QR code, o consumidor consegue, através da realidade aumentada do Snapchat, vestir sua roupa virtual.
Foto: Selfridges (Reprodução)
Portanto, aqui vão algumas ações para você tomar independentemente da estratégia que escolher para ingressar no metaverso.